segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Depressão: Causas, Sintomas e Tratamento.


A depressão é a principal causa de incapacidades e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis entre as doenças psicológicas mais comuns. Os custos pessoais e sociais da doença são muito elevados.
Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Um em cada cinco utentes dos cuidados de saúde primários portugueses encontra-se deprimido no momento da consulta.


O que é a depressão?

A depressão é uma doença dos afectos ( auto-estima) que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.
Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa essa é denominada depressão reactiva ou de luto. No entanto, se as circunstancias não são de perda, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda psicoterapêutica e não médica ao contrario do que a classe médica faz notar.
A depressão pode afectar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.
 
A depressão pode ser episódica ( reactiva a acontecimentos de vida), recorrente ( instalada desde a infância) ou crónica ( sem tratamento, ou com tratamento farmacológico), e conduz à diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença crônica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.

Quais são os sintomas da depressão?

A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
Os sintomas mais comuns são:
Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
Fadiga, cansaço e perda de energia;
Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
Falta ou alterações da concentração;
Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
Desinteresse, apatia e tristeza;
Alterações do desejo sexual;
Irritabilidade;
Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular no dorso e nos braços e pernas, dor abdominal, enjoo.

Quais são as causas da depressão?

As causas não diferem muito de pessoa para pessoa ao contrario daquilo que é instituído pela classe médica. Porém, é possível afirmar-se que há fatores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.
Sendo a depressão uma doença dos afectos o que as pesquisas e a pratica clínica nos dizem é que a falta de afeto ou sentido como tal (não é o acontecimento de vida que interessa mas a leitura que a pessoa faz dele) é a sua principal causa. A pessoa pode andar muitos anos com um sentimento de insatisfação que não sabe identificar (depressibilidade), sem nunca deprimir verdadeiramente, mas um dia numa mudança de vida (casamento, nascimento de um filho, morte de familiar, gravidez, saída de casa dos filhos etc,) a depressão surge e se a pessoa procura ajuda, o que encontramos por detrás é a falta de afeto vinda da infância, por vezes muito inconsciente e que aos poucos com o decorrer da terapia surge, causando um alivio dos sintomas à medida que os sentimentos são elaborados.
Algumas doenças podem provocar ou facilitar a ocorrência de episódios depressivos ou a evolução para depressão crônica. São exemplo as doenças infecciosas, a doença de Parkinson, o cancro, outras doenças mentais, doenças hormonais, a dependência de substâncias como o álcool, entre outras.


Tratamento:
Como qualquer outra doença física, o tratamento da depressão será feito após uma avaliação física e psíquica por um médico psiquiatra. O tratamento inclui o aconselhamento psiquiátrico e os remédios antidepressivos, que regulam a química cerebral.
Ás vezes a medicação precisa de ajustes, ou tem um efeito colateral incômodo. Por isso é importante a visita periódica para a avaliação médica e o ajuste ou troca do medicamento. Os antidepressivos demoram de duas a quatro semanas para atuar efetivamente na doença. Uma vez restaurada a química cerebral a depressão tende a melhorar e fica mais fácil erguer a cabeça e tomar uma atitude perante a vida.
Mas é importante ressaltar que apesar da melhora o tratamento ainda vai continuar por um prazo indeterminado, sob a avaliação do psiquiatra.
Além da medicação é importante a psicoterapia, a força de vontade do paciente de correr atrás dos seus sonhos (objetivo), o auxílio da família, dos amigos e de um grupo de ajuda. Quanto mais amparado o paciente estiver, melhor será o processo de cura.

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