segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Temida morte que nos espreita.


Começamos a morrer no momento em que nascemos, e o fim é o desfecho do início.

Falar em morte sempre assusta. Evitá-la, impossível. Morte natural, morte acidental, morte por envelhecimento. Morte pela morte. Se a senhora que está do meu lado nesse momento soubesse que escrevo sobre a morte, talvez me expulsaria daqui. Mas no banco de um avião prestes a decolar e passar horas a milhares de distância do solo, não há o que se fazer. Não há para onde ir. Só há lembranças e circunstâncias sobre a morte que têm me rondado os pensamentos.

Uma tia-avó que se vai. Um amigo que tenta ir. Conhecidos que sofrem com a solidão e diante das dificuldades da vida, pensam em morrer. Enquanto isso, um pai que luta para viver e ver sua pequena cria crescer. A vida é assim. A morte é assim. E por isso vejo a senhora aqui do meu lado com o terço nas mãos rezando forte temendo o momento da decolagem.

Simplesmente não sabemos quando vai ser. E hoje com a fé um pouco abalada mas esperando a manifestação de Deus e seus mistérios, eis que recebo de um querido amigo a seguinte orientação: "todos estamos morrendo, Fer". E eu completo: ainda que lentamente, mas estamos. Por isso não adianta termos medo de enfrentá-la. Não devemos assustar aqueles que por ela estão prestes a passar. Até mesmo porque, simplesmente não sabemos.

E se soubéssemos, não perderíamos tanto tempo com bobagens. Simplesmente viveríamos. E viveríamos de verdade. O dia, por onde estivermos. No céu, na terra, no mar. Entre amigos, conhecidos ou pessoas que nunca havíamos visto antes, mas que por alguns instantes podemos fazer mudar.

E então muda-se o pensamento da tristeza, da morte aparente, da morte presente. E sente-se a vida pulsar. Vida que supera a morte e o medo dos que por aqui lutam em busca de forças para continuar a viver.

Marcus Manilius

Nenhum comentário:

Postar um comentário